Será o fim das vaquejadas?

Uma matéria publicada na rede de blogs do Diário de Pernambuco, como vocês podem ler aqui, fala da proibição das touradas na Espanha e aponta a vaquejada como forte candidata a extinção.

Sabemos que este é um assunto bem polêmico e torna-se ainda mais grave para quem não conhece de fato o esporte.

Ao ler a matéria, que transcrevo abaixo, fiz questão de deixar lá meu comentário e gostaria de saber dos leitores do blog quais as vossas opiniões.

Leiam abaixo a matéria, a minha resposta e comentem aqui o que acham sobre isso.

Matéria Diário de Pernambuco sobre Vaquejadas:

As touradas se foram. Faltam as vaquejadas.

A Espanha proibiu as touradas na manhã de hoje. A norma vale a partir de 2012. Mas a decisão histórica fez com que uma reflexão se fortalecesse por aqui no Brasil e, em especial, no Nordeste.

E as vaquejadas, irão até quando? A situação é semelhante. Lá, os admiradores das touradas defendem que a atividade é uma tradição cultural.

Os contra usam o fim da tortura contra os animais como apelo. Alguns alegaram até se tratar de uma questão política, vejam só! Disseram que a intenção era extinguir tudo o que fosse espanhol.

Mas, apesar da polêmica, a proibição foi aprovada pelo Parlamento com 68 votos a favor e 55 contra, além de nove abstenções.

E olhem que a decisão por lá envolveu uma questão econômica e social muito maior do que aqui, gerando 40 mil empregos e bilhões de euros por ano.

Algumas entidades defendem o fim das vaquejadas aqui. E você. acha que deveria acontecer o que com as vaquejadas?”

O que eu penso sobre o fim das vaquejadas:

“De fato, essa discussão é bem polêmica e não vou aqui dar minha opinião como sendo “a verdade”.

Gostaria apenas de falar que, para quem realmente entende do esporte, o sofrimento do animal é muito mais uma impressão do que um fato.

Sei que dizer isso pode sugerir leviandade de minha parte e muitos podem me questionar se eu gostaria de ser derrubado em alta velocidade, porém, é preciso entender que animais não são como seres humanos. A resistência deles é bem maior e, portanto, não sofrem tantos danos.

Claro que isso não dá a ninguém o direito de maltratá-los e não é isso que quero defender. Apenas estou dizendo que não há tantos maus tratos quanto se pensa.

Além disso, muitas medidas são tomadas com o intuito de preservar os animais numa vaquejada, sobretudo os cavalos, que, acreditem ou não, seriam mais maltratados do que os bois, caso não houvesse regras restritivas à isso.

Só pra citar algumas regras que são despercebidas pelo grande público, é proibido bater no boi enquanto ele corre; é proibido utilizar-se de materiais afiados que possam agredir a cauda do boi; por regra, as pistas devem ter um mínimo aceitável de areia, para que os animais não se machuquem ao cair, não se pode cansar o boi na saída, etc., etc.

Sei que falar tudo isso pode causar repulsa nos defensores dos animais, mas a verdade é que a vaquejada é uma tradução do trabalho nas fazendas, necessário à produção da carne que abastece todos os lares.

E nesse trabalho, sim, existe certa dose de maus tratos. Embora já tenhamos atingido um nível industrial de produção de carne bovina, ainda existe em larga escala a criação que exige o conflito homem/cavalo/boi na fazenda.

Não dá pra extinguir a vaquejada sem extinguir isso. A “vaquejada esporte” só é chocante por ser mais uma atividade recreativa do homem onde se utilizam animais que estão ali indesejavelmente, mas não pelo que se imagina de maus tratos.

Acreditem ou não, as corridas de cavalos, que são outra modalidade de esporte com animais, são mais cruéis que as vaquejadas – a ponto de um animal com dois anos já não mais poder competir devido ao uso de anabolizantes e alto esforço físico.

Para se ter uma idéia, um cavalo de vaquejada atinge seu auge competitivo aos 10 anos de idade e, para quem pôde ter uma experiência em fazendas onde se treina animais de vaquejada, é fato que os bois que são utilizados para este fim são mais pesados, resistentes e vigorosos que os demais.

Se praticada levando em conta o bom senso, a vaquejada não representa mais que exercícios físicos para animais.

Afirmo mais uma vez que mesmo que fosse tão simples, ainda assim não teríamos o direito de submeter animais a exercícios que eles não quisessem, mas, se a questão é não submeter animais à uma vida que eles não quisessem, esse tipo de proibição seria válida para peixes de aquário, passarinhos de gaiola, hamsters, cachorrinhos de madame, etc. Ou vocês acham que estes bichinhos gostam das vidas que levam?

Ainda que tivessem total falta de compaixão pelos animais, você acha que os donos dos animais utilizados em vaquejadas seriam burros de submetê-los a tais mal tratos mesmo um boi custando em média R$.1.500,00 e um cavalo R$150.000,00?

E lembrem-se do que falei: é preciso mais regras em defesa dos cavalos do que dos bois, pois os primeiros sofrem muito mais numa vaquejada.”

E você, acha que a vaquejada vai acabar?

Sabemos que este é um tema bem quente e eu gostaria que você deixasse um comentário abaixo, com sua opinião sobre o assunto.

Avatar de Haras™

Por Haras™

O Haras™ é um reconhecido criatório da raça quarto de milha, especializado em animais para vaquejada. Atualmente, o Haras™ conta com um selecionado plantel, baseado na genética dos mais renomados garanhões e éguas da linhagem de corrida, com produtos bem pontuados na ABQM e que estão nesse momento dando shows nas pistas de vaquejada de todo Brasil.

agosto 2, 2010 8:45 pm

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